sexta-feira, 14 de março de 2008

Mary Jow!

As séries norte-americanas ainda vão dominar o planeta. Sério. Atualmente todo mundo assiste pelo menos um seriado nos canais pagos da televisão ou baixa-os na internet. Hoje você vai à padaria e duas meninas estão conversando sobre Betty, a Feia (a versão ianque, claro). Depois na acadêmica ouve alguma coisa sobre Prison Break. Na festa em família um grupinho analisa com empenho os últimos episódios da franquia C.S.I. (sei lá o que). Na viagem com os amigos, todos querem a nova temporada de Lost. Isso sem falar em 24 Horas, Heroes, Dexter, Law & Order, House, Gossip Girls, Nip/Tuck, e por aí vai (infinitamente). Pois bem, das séries americanas que estão passando no Brasil, nenhuma é tão atual, polêmica e provocadora quanto Weeds. Na trama, Mary-Louise Parker vive Nancy, uma dona de casa, mãe de dois filhos, que começa a vender maconha depois da morte do marido para sustentar a família e seu estilo de vida. Eu não vou entrar em detalhes sobre a trama pra não estragar as surpresas de quem nunca assistiu. Só adianto que, ao contrário do que o nome possa sugerir, a maconha não é a principal estrela do programa. Na verdade, a criadora (Jenji Kohan) está mais interessada em mostrar o universo social dos subúrbios californianos. A abertura do programa e a música são claras o suficiente para deixarem dúvidas (Little boxes on the hillside/ Little boxes made of ticky-tacky...). A família de Nancy vive em um condomínio-modelo chamado Agrestic, e a trama se desenrola a partir dessa perspectiva. Na carcaça exterior são todos iguais. Principalmente na arquitetura de suas casas, carros, roupas e costumes. Ao longo dos episódios, pela lente de aumento da narrativa, vemos suas diferenças (histórias de vida, linguagens, vícios e virtudes). A protagonista é a verdadeira estrela da séria (interpretação sensacional de Parker). Mesmo com aquela carinha de anjo ela sempre consegue se meter nos piores apuros, esquivando-se (ou não) de policiais, traficantes, vizinhos, filhos e toda gente doida que cruza seu caminho. O resto do elenco também é rápido no gatilho - principalmente a trambiqueira-alcoólatra Célia (a “diva” Elizabeth Perkins). O humor é sarcástico e crítico. Por vezes pesado. Mas depois de três temporadas, a série ainda apresenta possibilidades interessantes para desenvolvimentos futuros (e possíveis desfechos a curto prazo). E você sabe bem como costuma terminar histórias desse tipo...
Pick, pack/Fire up, come along/ And take a hit from the bong...”

Um comentário:

Rodrigo disse...

depois de Seinfeld, nenhuma série me pegou. aliás, como seria que seria um Seinfeld feito com essa onda de séries com mídia integrada, 360º e o diabo a quatro?