quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Ode ao Tiroteio

Um dos meus grandes amigos, também conhecido como senhor Prado, anunciou hoje em seu blog que em breve deve encerrar as atividades e cessar-fogo, em função de outros projetos. Nada contra ele correr atrás das paradas dele, mas por favor não pára de escrever em seu espaço tão contundente. O tiroteio já me salvou em vários momentos, como uma rajada de balas incandescentes. Por isso eu digo que fique. Vida longa ao Tiroteio! ... Ah, por conta dessa história toda, acabei lembrando de um poema do inigualável Glauco Mattoso. O rapper pode até estar do lado de cá, mas essas palavras tem muito a ver contigo, mané.

Soneto ao Rapper:

De cor, mulato, pardo, negro, preto.
O branco é simplesmente branco, e só.
Você quer mais respeito, não quer dó.
Quer ser um cidadão, não quer o gueto.

No sul, no Pelourinho, no Soweto,
lutando contra o falso status quo
da máscara, a gravata e o paletó:
A letra é mais comprida que um soneto.

Seu canto já foi blues, quase balada;
Foi soul, foi funk e reggae; agora é bala
perdida em tiroteio de emboscada

Xerife do xadrez, você não cala:
leva a periferia pra parada,
de sola entra no som da minha sala.

Um comentário:

Daniel Boa Nova disse...

Velhinho, agora tu pode dar o troco: aderi à sunga.

Virei tiozinho igual vc.

abrax